sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Vivo e não vejo tudo...

Não, a frase acima não esta errada. Eu que fiz uma pequena adequação considerando tudo que tenho aprendido nesses últimos tempos. Poderia citar, por exemplo, que os ossos da cabeça do nenê ficam "soltos" para que possam melhor passar pela vagina na hora de nascer ou ainda que ao tempo da guerra fria, em tempos de olimpíadas, as mulheres russas  engravidavam para competir já que elas metabolizavam muito mais a alimentação e assim aumentavam seu desempenho nas competições. Mas nada se compara com a descoberta da fotografia acima. Sejam honestos! Quantos de vocês sabiam que o bebê não fica dentro da placenta??? EXATAMENTE AMIGOS! O nenê fica dentro do útero! E a placenta, fica ali  também. Sério, quando fiquei sabendo disso, me caíram os butiás do bolso.... Por isso afirmo: vivo e não vejo tudo... 
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Hoje, faltam exatamente 51 dias para a data final prevista do nascimento do B. A cada dia, parece que a terra demora mais que 24 horas para dar a volta em seu próprio eixo. A ansiedade de tê-lo nas mãos aumenta semana pós semana. Imaginar que dentro de menos de dois meses estarei com ele nas mãos, atiça violentamente minha curiosidade. Imagina a da mãe que passa o tempo todo com a criança. Aliás, exatamente por isso que resolvemos fazer a ecografia 3D esses dias.  O resultado não foi dos melhores, pelo menos para a mãe. Isto porque, teve somente uma pessoa no mundo inteiro, que disse que o Bernardo se parecia com a Karina. O resto todo foi uníssono em afirmar que ele é minha cara. A expressão de decepção da mãe quando veio me mostrar as fotografias prontas foi impagável... Eu até que concordo. Pôxa, carregar a cria por 9 longos meses na barriga para sair a cara do pai??? Tivesse a orelha ser parecida com a da mãe, mas nem isso.. A Karina quase pediu DNA dela mesmo, para saber se ela era a mãe de verdade... hahahahhaha. 
Mas enfim. Cara do pai ou da mãe, o que importa é saber que o guri esta ótimo, ganhando peso e se encaminhando para a fase final de sua jornada uterina.
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Tenho recebido diversos avisos dos meus amigos acerca do nascimento. O principal deles é para que eu aproveite todo tempo de agora para dormir, porque depois não vou mais ter o mesmo sono. Na verdade, espero mesmo, do fundo do coração que essa seja uma verdade incontestável. E, por mais que digam, não consigo ver isso pelo lado ruim de ter que ficar noites acordados e quando dormir, não ter a mesma qualidade de antes. Acho que minha vontade de ser pai é tão grande, que não me imagino sofrendo por causa destas questões. Meu pai sempre falou que o máximo que pode acontecer, é eu fazer tudo aquilo que eu faço, só que com um pouco de sono. Em compensação, tem coisa mais maravilhosa do que pegar um filho que esta chorando, colocá-lo no colo e fazê-lo parar de chorar? Nunca isso será tão fácil como nessa fase. Depois, vem as derrotas pessoais, os corações partidos ou time que perde o gre-nal. Agora, basta dar mamadeira, trocar as fraldas ou medicar. Penso que mais tarde, as dores do coração e da alma me darão muito mais trabalho. Até mesmo porque os dramas dos nossos filhos acabam se transformando no nosso sofrimento de estarmos vendo-os sofrer. 
Talvez não esteja conseguindo perceber esta mudança, já que ainda não passei ao vivo por esta experiência, mas tento, ao menos projetá-la do modo mais positivo possível para, talvez, não sofrer tanto depois... 
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De fato, preocupação mesmo, tenho ao imaginar como vou fazer para inserir o Bernardo no meio dos meus 4 sobrinhos. Será que vão ter ciúmes? Vão ir com a cara dele? Vão entender? Isso só o tempo dirá... Mas será que eu vou saber lidar com a situação de ter que dividir a atenção deles? Espero profundamente que sim. Repudio qualquer possibilidade de ferir aqueles que por tanto tempo me deram tanta alegria, mesmo que por uma boa causa. Isso sim, vai ser difícil. E, considerando que o Bernardo vai ser o mais novo da trupe, temo pela sua integridade física! Afinal, o menor sempre é o alvo é o que não entende as brincadeiras e o que fica pra trás nas corridas.. Pobre filho.. hahahaha

Mas que fique registrado: amor sempre haverá sobrando para todos!

Um beijão, P. 




quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Algumas diferenças entre meninos e meninas...





É bom que ele entenda logo, desde cedo que homens e mulheres vivem em universos diferentes. Prova disso, foi a gritante diferença entre o chá de fraldas e o churras de fraldas que eu organizei. 

O chá foi realizado com a união da minha irmã e Dinda Sabrina, da Dinda Carol e das amigas Ramona e Laura. Meses de programação escolhendo todos os detalhes, decoração, bebidas, lista de convidados, balões, etc etc. Aliás, descobri que o helicóptero que o Bernardo precisava tanto, não constava na lista de presentes... #fuisabotadocerto. 

No meio dessa programação toda, achei que estava faltando alguma coisa. Não estava achando certo a parte masculina dos casais ficar de fora do chá de fraldas, que é exclusivamente para mulheres. Pôxa vida, direito e obrigações iguais tchê!!! Então tive a ideia de fazer um churras de fraldas só para os homens!! Detalhe, isso foi numa segunda-feira sendo que o chá que havia sido programado há meses aconteceria no sábado. Enviei os convites naquele dia mesmo. E se por ventura você esta lendo esse post e não foi convidado, por favor, não se ofenda. De forma alguma meu eventual esquecimento foi proposital ou qualquer coisa do gênero. Na quarta-feira encomendei o chopp (30 litros) e no sábado pela manhã comprei a carne que seria assada logo mais... 

O resultado disso tudo foi que das 30 pessoas que havia convidado na segunda, 28 foram. As duas que não conseguiram, tiveram comprovadamente imprevistos. Impressionante como o universo masculino é muito descomplicado. Acho que tudo se deve ao fato de fazermos xixi em pé. Não existe nada no mundo mais simples do que isso. Se o cara está apertado, basta ir atrás de uma árvore e pronto. Alivio imediato. No meu churras, houve quem chegou depois que a festa já havia acabado e o chopp também. Sorte que a gurizada havia comprado umas latinhas a mais para continuar a festa... A decoração? Uma camiseta de bebê do Colorado autografada pelos jogadores do Inter. Nada demais, nada de menos. Apenas descomplicado. Afinal de contas a causa era nobre. Ao invés de lista de presentes, pedi só fraldas. Foram 87 pacotes no total...  A foto acima retrata o momento que certamente ficará eternizado na minha lembrança. 

Por isso, meu agradecimento: Ao Tutty: por quem detenho admiração e carinho tanto dentro das quadras como fora; ao Bel: o cara mais "come-quieto" que eu conheço;  ao Diego: não haveria melhor pessoa para apadrinhar meu guri; ao Osni: amigo do tempo da faculdade.. Quanta história hein meu velho?; Ao Matheus: filho do meu cunhado que hora é irmão, hora é filho, hora é amigo e hora é tudo um pouco; ao Flávio: amizade recente, mas com cara de velha, talvez porque o carinho não tenha idade..; ao Ricardinho: Monstro das quadras e dos pincéis (me deve uma tela hein!!!!); ao Manolito: o cara que todo mundo quer apresentar para sua filha, justificadamente; ao Gustavo Campos: colega de TJ.. Que bom aliás, que aquele TJ não fala..; ao Rafael Zin: anda logo tchê, faz teu filho e que eles sejam parceiros de jogo como nós!; ao Fofão: pelo sorriso fácil e alegria de sempre; ao Rick: que mesmo tendo um filho com 4 dias de vida, foi lá me dar um abraço e marcar presença; ao CB: amigo do amigo que meu amigo se tornou; ao Dieter: pelo senso de humor discreto e inteligente;  ao Djone: colorado fervoroso e galã...; ao Gui Lima: pela parceria, pelos papos e por tudo mais que agora não lembro.. ao Eduardo: amigo que veio por intermédio da Laurita e que junto trouxe todo o resto da família Caringi Raup para ficar em nossas vidas...; Ao Seu Lorivaldo: que emocionado falou com tanto carinho dos filhos como quem pode ter certeza de que cumpriu com folga o papel de pai; ao Gui Noll: por quem transponho o limite de amigo e chamo de irmão honrosamente; ao Dani: pelas dicas preciosas de um pai recente que ama sua cria tanto quanto eu já amo o meu; ao Luis Mauro: o cara que calça 47 e que certamente tem um coração proporcional; ao Inezil: parceiro de longa data, de tantas coisas, de tanto tempo que me dá certeza de que muito esta por vir... ; ao Gustavo Sudbrack: pelo afeto sincero em que pese gremista doente; ao Nico: o cara mais boa pinta que conheço; ao Ricardo Saabi: hermano distante, mas sempre present no coração. Entre os agradecimentos  não poderia deixar de registrar um especial muito obrigado ao meu cunhado do coração, Fábio, que assou o churrasco primorosamente como sempre; ao meu pai, Aramis Nassif, que entre as muitas coisas que me ensinou nessa vida, a de cultivar amizades certamente jamais será esquecida; e aos meus sobrinhos Gonçalo e Santiago por me anteciparem com tanta doçura o que espero viver com meu filho dentro de bem pouco tempo... Momentos de pura diversão! 

Aos demais que não puderam comparecer, fica o registro de que suas ausências foram sentidas, porque importantes. Mas não tanto ao ponto de amargurar porventura, qualquer sentimento de amizade que nutro por vocês. 

Desejo que o meu filho tenha tanta sorte, quanto eu tive, na escolha de suas amizades..

Um super beijo, P. 

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

7 Meses...

Einstein estava certo. O tempo é realmente relativo. Estamos no último trimestre da gestação e já começo a sentir falta desses tempos de barriga. Revendo os antigos posts, fiquei impressionado com a dimensão que o blog ganhou. No segundo texto que escrevi, agradeci aos mais de 140 acesos que havia recebido na primeira semana. Hoje passam de 7.000... O blog tem sido acessado por mais de 7 países. Estados Unidos, Portugal, Reino Unido, Alemanha, Costa Rica, Russia entre outros. Fico honestamente lisonjeado com tudo isso e mais uma vez deixo meu muito obrigado à todos vocês! 

Estar acompanhando essa transformação, literalmente do lado de fora, é com certeza algo  mágico. Estou diferente, me sinto diferente e há quem diga que já tenho cara de quem está diferente. Mas descobri que a gravidez, para além do pai e da mãe é uma gestação coletiva. Vejo meus amigos mudando junto conosco. Alguns planejando ter filhos, outros indo morar juntos, alguns revendo seus relacionamentos. Isso vem ao encontro do que penso acerca das pessoas. Mudamos constantemente. Não mudar é a exceção. O problema é que o processo é tão natural que nem percebemos o que e quando isso acontece.

Tenho tentado me manter atento às mudanças que estou passando. O instinto de sobrevivência é o primeiro que me vem à tona. Seja no trânsito, ou em qualquer outro lugar, tenho o pensamento constante de que nada pode me acontecer agora. Não posso me acidentar, ficar doente ou qualquer outra coisa que de alguma forma possa me impedir da necessidade de me manter íntegro para dar o devido suporte ao meu filho e à Karina. Quando ando de carro e ela está do lado, fico 10x mais alerta e defensivo! Devia existir um adesivo que dissesse: CUIDADO!! MULHER GRÁVIDA À BORDO! Hahahah. Esse sentimento de defesa vem junto com a transformação do instinto de responsabilidade. É impossível não pensar ou projetar o futuro profissional e pessoal com muito mais cuidado e zelo... Alguns hábitos mudaram tão naturalmente que nem percebo. Um deles é a vontade de permanecer mais em casa.. Não quer dizer que não tenho levado minha vida o mais normal possível, mas depois do jogo, já não sinto mais aquela vontade de tomar uma cerveja com os amigos... Penso em chegar logo em casa, conversar sobre como foi o dia com a nega e saber como se comportou o filho. Sobre tal comportamento meus amigos (os que não tem filhos) me alertam dizendo que a tendência é piorar... Piorar?! Depende do tipo de pai que você quer ser penso eu. 

Estava pensando esses dias sobre as memórias que tenho do meu pai sendo pai. A primeira delas é a de como ele enrolava suas ataduras para jogar futebol de salão quando morávamos no interior. Ele sempre pedia para que eu e minha irmã gêmea as enrolássemos. Lembro dele me ensinando que eu devia colocar um tanto sobre o joelho até a cintura e depois a dobrasse até ter que puxar mais um pedaço. Isso me chamou atenção porque será exatamente esse tipo de coisa que provavelmente meu filho irá se lembrar de mim. Quais manias de cada um se formará na lembrança mais doce que seu filho terá de vocês? Interessante não é mesmo? O mais simples gesto, pode ser algo que ele levará para sempre na memória. Li dia desses que  somos o que a memória nos revela de nós mesmos. Todos os dias acordamos e lembramos: Eu sou o Samir, advogado e Juiz-Leigo. Casado com a Karina que esta grávida do Bernardo. Meu pai é o Aramis e minha mãe faleceu esse ano. Tenho a Sâmia, Samantha e Sabrina como irmãs e tais amigos, gosto destas músicas, essas roupas, aquelas não e assim por diante... Somos uma eterna repetição de nós mesmos. Nossos hábitos dizem muito sobre nós e certamente dirão alguma coisa sobre nossos filhos. Portanto, cuidado com os hábitos que cultivar... 

Recebemos esses dias um convite para o casamento do meu primo Camilo. Nele estava escrito: Samir Nassif e Família. Rá, sentiram? Família! Viram só como a gestação é um fator universal? As pessoas por igual mudam a concepção que tinham sobre você e sua esposa. Na nossa atual matemática, 1+1=3.

Estamos quase terminando o quarto do Bernardo. A foto acima dá uma ideia de como ele vai ficar. No final das contas, ficamos com o berço "Mega combo 4x1", para minha alegria. Problema é que chega só daqui uns 30 dias. 

Por conta dos preparativos finais para recebermos o filho, tive minha primeira briga realmente feia com a Karina. Isto porque ela não queria admitir que um Helicóptero a controle remoto com câmera de vídeo e luzes de LED, devia necessariamente constar na lista do chá de fraldas! Quem foi que disse que as mulheres ficam mais sensíveis na gravidez??? A minha pelo jeito, ganhou um filho na barriga e um paralelepípedo no lugar do coração! Hahahahah

Aliás, foi nesse dia no Shopping que pude assistir umas das cenas mais lindas entre um pai e um filho. O guri estava segurando com uma mão um copo de suco quando deixou esse cair. A criança começou a chorar pedindo desculpa para o pai que de pronto virou para o filho e lhe disse: Não tem problema meu filho, eu sei que tu não fez por querer. Aquele pai então deu um abraço no filho tão terno, tão puro, tão sincero que não havia como não se emocionar. O filho, era um rapaz com necessidades especiais e devia beirar os 30 anos... Para além do abraço, aquele pai deu para o filho absolutamente tudo que ele precisava naquela hora. Segurança, compreensão, carinho e amor. Honrou com louvor o encargo paternal como poucos fazem hoje em dia. Ele não teve vergonha da sujeira do filho, ou do que os outros poderiam pensar a respeito. Não teve medo de abraçar o filho, não exitou em lhe dar apoio mesmo sabendo que ele havia feito uma lambança. Foi divino. Não sei se o fato me chamou atenção por ter pensado muito nisso no início da gravidez. A dúvida que paira sobre a saúde do filho e se ele esta tendo um desenvolvimento normal são realmente agoniantes. Não sei como me sairia se tivesse um filho com necessidades especiais. Projeto tanto tantas coisas que desejo fazer com meu pequeno que isso nunca me passou pela cabeça. Mas por certo que se pudesse escolher, gostaria de ser aquele cara. Foi uma lição e tanto. 

Fico por aqui hoje pessoal. Mais pai do que ontem e menos do que amanhã...

Um beijão, P. 

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