segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Nada vai ser como antes...

Definitivamente, ter dois filhos não é a mesma coisa que ter um. A explicação, por mais clara que pareça ser é complexa. Quando se tem o primeiro, não há um anterior. Primeiro é primeiro e isso faz toda diferença do mundo. Especialmente para quem resolve ter o segundo logo em seguida. 

Eu lembro que minha irmã mais velha teve dois com uma diferença de um ano e alguns dias entre eles. Foi complicado, bem complicado. Isso porque os dois ainda eram muito dependentes dos pais então não havia descanso. Um dormia, outro acordava, um tinha fome, outro tinha que arrotar, dois no banho, dois pra vestir e assim por diante. Há um amigo meu que disse: um filho é um. Dois são quatro! 

Lembro que minha primeira preocupação sobre ter dois era se conseguiria dividir o amor e a atenção entre eles. Como disse a nega, não se trata de divisão, mas adição. Óbvio, não vou pegar o amor que sinto pelo Bernardo e passar metade para a pequena.... Pensar desta forma faz toda diferença do mundo. A gente se cobra muito tentando agir da mesma forma com os dois filhos. Acabamos por esquecer que o tempo é linear e o que passou existiu numa determinada conjectura de espaço e de tempo que jamais se repetirão. Tentar agir da mesma forma entre os filhos, no meu modo de pensar, é desrespeitar a individualidade de cada um. Nós já não somos os mesmos desde a primeira gravidez. Aprendemos muito com a experiência que vivemos e não podemos ignorar isso. Pelo contrário, temos que pegar os atalhos, despejar o que não serve e tirar o máximo proveito das coisas boas. Evidente que os princípios serão os mesmos e os valores a serem repassados igualmente. Mas a receita fatalmente vai sofrer alterações.

Não se culpe pelo processo ser diferente do que foi o primeiro. Dia desses a nega estava chateada porque não estava curtindo essa gravidez como a primeira. Bueno, evidente que você não vai ter  o mesmo processo. Lembre-se: antes de ter o primeiro, você não tinha o primeiro. O que importa no fundo é que não falte amor, carinho, respeito e cuidado com o novo pequeno. E isso a Martina vai ter de sobra. O resto é só o resto. As circunstâncias da vida nunca serão as mesmas, mas assim como na primeira vez tudo se ajeita. Você vai conseguir! 

Estamos aos poucos introduzindo a idéia da "mana" no Bernardo. Seguido falamos com a barriga, fazemos carinho e beijamos ela. O problema é que quando pergunto para ele aonde está a Martina, ele aponta para a própria barriga! Uma forma que encontramos de lidar, foi começar a diferenciar os meninos das meninas nas histórias dos livros. As gurias nós chamamos de "mana" para que ele comece a diferenciar os personagens da sua vida. Assim, quando eles brigarem pelos brinquedos, poderemos dizer, isso é da mana ou isso é do mano... Até agora tem funcionado bem, à exceção de uma boneca que ele insiste em ter como se sua fosse.

Vou ficando por aqui na certeza de que muita coisa boa ainda esta por vir.

Super Beijo, 

Paizão.