domingo, 28 de outubro de 2012

Os filhos não vem, eles vão...

Sempre fui ansioso em relação à paternidade. Eu sabia que tinha nascido para ser pai. Mas hoje percebo que esta meta estava abaixo de vários outros fatores que sempre vinham em primeiro lugar: dinheiro, estabilidade profissional, viagens para fazer, festas, etc.

Para quem não acompanha o Blog, saiba que o Bernardo não foi programado. Pelo contrário, cogitava sua vinda apenas depois de cumpridas as tarefas acima declinadas.

Hoje, com ele percebi entre diversas outras coisas que a paternidade nos revela, mais uma lição de vida. Pergunto: o que de fato nós fazemos para concretizar nossos sonhos? 

Ora, se meu desejo era ser pai, não precisava super-valorizar outras condições que me pareciam empecilho para tanto. Tudo se encaixa. Você consegue o dinheiro que precisa (ou consegue viver bem com o que tem), percebe que é mais estável profissionalmente do pensava ser e que viagens e festas simplesmente deixam de ser a coisa mais importante que você tem vontade de fazer. O melhor: não dói absolutamente nada! 

Uma bela noitada com direito a ressaca no dia seguinte, cede espaço para que você levante cedo numa manhã de sábado ensolarado e vá andar de bicicleta com seu melhor amigo. Lembro que quando pensava em ser pai, esse programa era a personificação do ápice de felicidade que se podia sentir tendo filhos. Só não sabia que seria tão melhor do que imaginava. Este foi um, dentre vários, dias perfeitos. 

Recebo muitos relatos de pais que encontram no blog um certo conforto para seus "dramas pessoais". Um que corriqueiramente aparece é exatamente sobre ainda não ser o momento certo. Tudo que escrevo no blog, tem a ver com minha impressão acerca da paternidade. São relatos e confidências pessoais sem a menor pretensão de angariar seguidores ou de servir de verdade absoluta acerca desta jornada. Mas não posso deixar de ficar extremamente feliz quando leio comentários de pessoas que se identificam com o que penso. Então aqui vai um conselho: TENHAM FILHOS! Esse papo de "não é a hora", nada mais é do que seu medo de perder o que você tem e se atirar de braços abertos no desconhecido. Claro, digo isso partindo do princípio de que você esta com a pessoa que ama e tem a mínima possibilidade de manter o filhote. O resto, festas, viagens, falta de tempo, são secundários. Me atrevo a dizer que diversos fatores da sua vida, inclusive seu relacionamento com sua mulher, podem melhorar bastante com a gestação. 

Ter um filho, nos ensina muitas coisas acerca de nós mesmos. Talvez você não esteja pronto para enfrentar a si próprio. Nossos filhos nos enxergam nus. Para eles não interessa se você não é o Messi do futebol, o cara mais popular da turma ou artista de cinema.  Nada do que você vista, tenha ou dê à eles valerá mais que um passeio de bicicleta no parque. Mas uma coisa eu garanto: nenhum dia será igual ao outro.  E quando você acordar numa manhã qualquer, chegar no berço e dar de cara com seu filho, de pé, brincando e rindo com o pacote do brinquedo que ele ganhou da avó, neste dia meu amigo, você vai me dar razão por tudo que escrevi aqui e vai perceber que a felicidade que você tanto queria, (e que achava que tinha nas viagens, festas e no saldo bancário), está ali, de graça sem lhe pedir um tostão sequer. Este é o verdadeiro valor...

Dia desses, Bernardo que já "rastinha" (misturar de engatinhar com rastejar) pela casa precisava comer seu tradicional iogurte do meio da manhã. Eu arrisquei chama-lo pelo nome e ele não só virou para mim, como veio em minha direção. Era mais um desses dias comuns que simplesmente se tornam inesquecíveis. Mas algo mudou meu entendimento sobre todo o processo parental. Posso estar louco, e acreditem, gostaria, mas acho que descobri algo muito legal. Nós já paramos para pensar que ser pai é estar constantemente se afastando dos filhos? Vejamos: a criança é gerida dentro da barriga da mãe, correto? O que vem depois? Ela nasce, ou seja, ela sai de dentro para o mundo exterior aonde encontra o pai. Então, ela precisa estar ou no colo, ou dormindo nos primeiros meses ao menos. Com o tempo, ela já não precisa que você a fique carregando para todos os lados, basta chamar ou mandar. Aos poucos ela vai ganhando autonomia de vôo e segue seus próprios passos. As primeiras palavras começam a aparecer e você já não precisa ajudar para saber o que ela quer até que ela faça as próprias escolhas. Depois começam a escolher seus brinquedos, suas roupas, aonde querem ou não ir, o que querem ou não fazer. Logo, eles farão programas diferentes dos seus e começarão as viagens e as festas. Chegará a faculdade e as namoradas. Depois da profissão vem a autonomia financeira e nem mais pedir aquela grana do final de semana eles precisarão. E assim será o resto da vida... Incrível não é mesmo? 

Então amigos, repito o título deste post: os filhos não vem, eles vão... e o que fica é a saudade que, segundo o poeta, é o rastro que a felicidade deixou.


Fico por aqui, 

Paizão. 

P.S.  Revelo que fiquei bem triste com essa minha constatação... mas isso fica entre nós, ok? 

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Aonde entra o Pai nessa coisa toda...

Pois bem. Vocês já pararam para pensar aonde entra o pai na relação mãe/filho? Complicado... Segundo alguns sustentam, o pai é estranho à tudo até o nascimento do pequeno.  Outros relatam que a figura paterna ingressa na jogada ainda na fase gestacional. Tentando compreender um pouco mais sobre isso, entrei em contato com minha prima Priscila Nassif, psicóloga, especialista e mestranda na área. E ela escreveu o seguinte artigo que vale a leitura:

Tornar-se pai e mãe é um dos acontecimentos mais marcantes na vida de qualquer indivíduo, e exige inúmeras adaptações, tanto em nível psicológico quanto biológico e social, já que os pais deparam com uma realidade completamente diferente daquela vivida até então. Necessitam fazer muitas renúncias, tanto da vida social quanto da própria condição de filho ou filha – o que mobiliza identificações com seus próprios pais - assumindo um novo papel perante seu próprio filho. Dessa maneira, pensar na chegada de um filho significa construir um projeto de maternidade e paternidade com expectativas e desejos. Neste projeto, a mãe e o bebê são os protagonistas, mas a presença do pai não é menos importante, pois este vai vivenciar juntamente com a mãe todos os sentimentos envolvidos neste momento de suas vidas. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é compreender como acontece a relação pai-bebê e a sua importância para o desenvolvimento da criança.

E quando essa relação começa? Ela inicia desde antes do período pré-natal, desde a percepção da gravidez, e vai se consolidando durante o período gestacional, basicamente a partir das expectativas que os pais têm sobre o bebê, como as características físicas (sexo e cor dos olhos, por exemplo) e características psicológicas (temperamento), e também por meio da interação que estabelecem com ele. Além disso, ela acontece de forma indireta, uma vez que é mediada pela mãe, pois é esta quem gesta o filho e sente os movimentos dele dentro de si. Assim, mesmo durante o período gestacional, momento em que normalmente as atenções são voltadas para a mulher e o bebê, o homem pode desenvolver uma relação com o filho, ocupando seu lugar como pai desde então. Diferentemente do que costumava acontecer, uma vez que tradicionalmente a função do pai durante a gestação era cuidar da companheira para que esta fosse capaz de proporcionar um bom desenvolvimento físico e emocional ao bebê.

Dessa forma, o envolvimento do pai durante a gestação pode manifestar-se através de diferentes comportamentos e sentimentos, por meio da sua participação em atividades relativas às gestantes e aos preparativos para a chegada do filho. Exemplo disso é a presença nas consultas pré-natais e através do toque na barriga, o que favorece a ele experienciar a resposta dos movimentos fetais. Consequentemente, o pai pode também sentir o bebê e construir uma imagem mental dele, o que auxilia o estabelecimento do vínculo entre o pai e o filho. Além disso, a ultrassonografia também tem sido considerada outro recurso facilitador da inclusão do pai no processo gestacional, uma vez que partilha uma posição de igualdade com a mãe no momento do exame, pois ambos enxergam a mesma imagem do bebê e têm acesso às mesmas informações. Assim, a partir desta visualização do desenvolvimento do bebê e de seus movimentos, o pai tende a se sentir mais responsável pelos cuidados com a mãe e o bebê.

O envolvimento paterno também pode variar bastante ao longo da gestação, de acordo com o desenvolvimento do bebê, bem como conforme as características de cada pai. Alguns pais sentem-se profundamente envolvidos com questões da gestação, procurando participar o máximo possível e mostrando uma grande disponibilidade emocional para esta experiência. Podem mostrar maior interesse por bebês, gravidez e parto lendo livros sobre o assunto e buscando todas as informações disponíveis, enquanto outros se preocupam mais com a função de provedor, o que também não deixa de ser uma maneira de se envolver. Alguns estudos realizados com pais, sobre os sentimentos e expectativas relativos à gestação, apontaram para a compreensão desse período como algo intenso emocionalmente, marcado por alegrias, ansiedades e conflitos. Além disso, pôde ser percebido maior envolvimento paterno durante a gestação por meio da imaginação de seus bebês, com a nomeação de suas características físicas e psicológicas, bem como pelo interesse pelo sexo do bebê. Outra maneira encontrada por eles para fazer parte do processo gestacional da companheira foi a participação na escolha do nome do filho e preocupações com a saúde da criança. Após o nascimento do bebê, as expectativas dos pais em relação à gestação foram confirmadas, com a presença de sentimentos positivos e satisfação. Por outro lado, alguns pais não conseguem criar um vínculo tão intenso e sólido com o bebê no período pré-natal, pois não sabem como participar mais ativamente da gestação, entrar em contato com seu bebê e estabelecer com ele uma relação, embora o desejem intensamente. Para estudiosos, a formação do vínculo entre pai e filho costuma ser mais lenta, consolidando-se gradualmente após o nascimento e ao longo do desenvolvimento da criança. A justificativa para isso pode ser o fato de que as diferenças entre a maternidade e a paternidade permanecem, apesar da tendência de inclusão cada vez maior do pai na vida do bebê. Sendo assim, a principal diferença é que somente a mulher pode sentir o filho crescer dentro de si, dar à luz e amamentar. Com isso, pode surgir no homem um sentimento de exclusão, além de suscitar sentimentos de ciúme, inveja, ansiedade e solidão, comumente encontrados nos pais no período gestacional. Pode-se supor que tais sentimentos sejam incrementados devido a poucas pessoas se interessarem pelos sentimentos do pai durante este período de adaptação, que é a gestação. Algumas vezes, é a própria mulher que não proporciona espaço para essa participação, enquanto outras vezes é o próprio homem que não se sente capaz e importante nesse momento, em que geralmente mãe e filho são bastante visados, e o homem acaba ficando e sentindo-se excluído, já que não desfruta da condição biológica de gestar o bebê. Além disso, conforme estudos recentes, alguns pais podem estar ainda se adaptando à nova condição da paternidade, o que pode dificultar, para eles, imaginar mais detalhadamente o bebê e se conectar com o mesmo. Por outro lado, outros estudos, realizados também com pais, indicaram que alguns deles ainda encontravam dificuldades quanto ao envolvimento com seu filho, parecendo não percebê-lo como real e apresentando uma baixa ligação emocional com a gestação. Outro dado interessante das pesquisas referiu-se ao fato de que a participação nos cuidados com o bebê após o nascimento não se mostrou tão efetiva quanto planejado, embora houvesse grande proximidade e afeto na relação pai-bebê. Dessa forma, pareceu haver uma busca de inclusão paterna nos cuidados destinados ao bebê, mas de maneira ainda tímida. Assim, concluiu-se que estes pais desempenhavam a paternidade tradicional, já que a atuação deles durante esse período foi determinada por questões de gênero ainda instituídas na sociedade, como a mãe, cuidadora do bebê, e o pai, mais distante, como mero provedor.

Sabe-se que os pais também podem sofrer angústias e ter fantasias como as mulheres, embora menos intensas. São exemplos disso a Síndrome de Couvade, caracterizada por um conjunto de sintomas físicos e psicológicos semelhantes aos da mulher que podem aparecer nos homens durante a gestação. Eles apresentam sensações semelhantes às da companheira grávida e podem engordar e ter enjoos, desejos, crises de choro ou mesmo depressão. Um estudo brasileiro indicou que esta síndrome atingiu metade dos homens entrevistados. Já a depressão pós-parto masculina, distúrbio que também vem chamando a atenção de pesquisadores, afeta 10,4% dos pais, sendo seu ápice entre o 3º e o 6º mês do pós-parto, período na qual a sua ocorrência sobe para 25%. Estudiosos sobre o tema mostram uma correlação com a depressão pós-parto materna, chegando a apresentar o dobro de frequência no homem cuja esposa está deprimida. Os efeitos da depressão paterna são inegáveis e além de acarretar grande sofrimento para o homem, podem se tornar persistentes e prejudiciais ao comportamento e desenvolvimento emocional das crianças entre 3 e 6 anos.

Além da gestação, outro momento em que o homem pode participar dos preparativos para a chegada do bebê, se assim o desejar e estiver disponível, é o acompanhamento do parto. Alguns pais assumem a tarefa sem dificuldade, funcionando como suporte emocional da mulher e de acolhimento ao bebê na sua chegada. No entanto, pesquisas revelam que pouquíssimos pais manifestam o desejo de assistir ao parto. Isso acontece, talvez, devido ao próprio pai sentir-se despreparado para acompanhar a experiência de nascimento do filho. Ele pode vivenciar um extremo desgaste emocional, pois a intensa ansiedade experimentada por alguns pais frente à dor sofrida por sua parceira, bem como as preocupações em relação à saúde do bebê e da mãe podem, muitas vezes, resultar em intervenções médicas desnecessárias. Assim, a literatura aponta que, caso eles sejam pressionados a participar, poderão tornar o trabalho de parto mais complicado para todos os envolvidos. E o que se costuma perceber é que a equipe médica frequentemente desconsidera toda esta carga emocional, exigindo do pai que acompanha o parto um papel que ele não tem condições de assumir, de extrema tranquilidade e contenção das ansiedades da parturiente. Dessa maneira, para que a presença do pai durante o parto seja positiva, ele necessita de treinamento e apoio desde a preparação para este momento, como os cursos destinados a isso, para que não fiquem pouco à vontade e sentindo-se deslocados, como geralmente ocorre. Porém, os cursos de gestantes mostram em sua própria denominação um convite à mãe e uma exclusão do pai, o que também é evidente em seu funcionamento, que muitas vezes não permite a participação dos pais. Estudos indicam que esta inadequação dos cursos de preparação para o parto às necessidades dos pais pode ser uma das explicações para a pequena menção a estes cursos. A exclusão do pai em alguns hospitais, tanto do exame ecográfico, como do curso de gestantes e do próprio parto, só tende a contribuir para que se exacerbem as dificuldades pessoais de vários pais com a gestação de seu filho e com a transição para a parentalidade. Mas o direito de estar presente na sala de parto não deve transformar-se em obrigação. Deve ser negociado entre o casal e decidido de comum acordo, o que é melhor para cada um.

Comumente, o período em que se percebe o maior envolvimento paterno em relação ao desenvolvimento do seu filho é após o nascimento do bebê. Desde os primeiros momentos, a presença do pai é, sem dúvida, crucial para o desenvolvimento do filho, pois ele poderá dar um bom apoio à mãe que talvez esteja desorientada (o que é bastante comum), não sabendo como lidar com essa nova situação, pois se depara com um ser completamente dependente dela. Além disso, ele é indispensável à constituição do bebê, pois cabe a ele passar a fazer parte de um mundo que antes era só da mãe e do filho, impulsionando a criança a desprender-se da mãe e se desenvolver socialmente, além de impor os limites necessários para um desenvolvimento saudável, sempre servindo de suporte das dificuldades inerentes ao aprendizado deste período. Assim, pode-se supor que a interação entre pai e filho embasa as questões emocionais, sociais, afetivas e cognitivas dos filhos, proporcionando segurança e auto-estima, facilitando a capacidade de aprendizagem e servindo de referência ao filho acerca do universo masculino. A presença do pai também poderá proporcionar o acesso da criança à afirmação de si e confiança em si mesmo e nos outros, à capacidade de se defender e de explorar o ambiente, bem como promover independência e estabilidade emocional.

Já a ausência paterna pode gerar conflitos no desenvolvimento psicológico e cognitivo da criança, bem como influenciar o desenvolvimento de distúrbios de comportamento, como a dificuldade de reconhecer limites e de aprender regras de convivência social, com maior tendência para o envolvimento com a delinquência. Podem surgir, ainda, problemas de identificação sexual e problemas na modulação e na intensidade do afeto, com consequências graves, e a longo prazo.

Ao pensarmos sobre a relação pai-mãe-bebê, deve ser levado em consideração, que antes do bebê, como a própria expressão já diz, existem os pais, o casal grávido. Assim, não se pode pensar somente na mãe, mas igualmente devemos considerar o pai, que também tem que aprender a lidar com todas as dúvidas e angústias semelhantes às da parceira, sobre a responsabilidade de se tornarem bons pais. No entanto, a importância do pai para o desenvolvimento saudável do filho não vem merecendo a devida atenção, pois embora esta relação venha sendo tema de muitas pesquisas recentes, prevalecem os estudos sobre a relação mãe-bebê. E esta desatenção já pode ser observada na nomenclatura curso de gestantes. Em primeiro lugar, como já foi discutido durante o texto, porque exclui o pai desse momento crucial na vida dos três: pai, mãe e bebê. Em segundo lugar, pensar na expressão curso de gestantes, ou de pais, que seria mais adequado, nos remete a um momento em que se aprende algo. Porém, ninguém ensina os pais a serem pais. Por isso, sugere-se a nomenclatura grupos de discussão sobre a maternidade e a paternidade ao invés de curso de gestantes, ou mesmo, curso de pais. Recomenda-se, ainda, a realização de pesquisas com os próprios pais a respeito de sua participação mais efetiva quando se trata da transição à paternidade, que se dá desde a gestação até o pós-parto, inclusive quanto ao seu envolvimento nos grupos de discussão e no próprio parto. Pois ao ouvi-los, poderemos evitar que eles encarem o acompanhamento do parto como obrigação, e não como direito, como o é de fato. Caso contrário, estaremos potencializando o distanciamento do pai, ao invés de inseri-lo numa situação em que seu envolvimento é fundamental. Com isso, sua inserção pode se dar antes mesmo do nascimento, diferentemente do que vem ocorrendo, quando seu envolvimento com o bebê ocorre com mais frequência no pós-parto.

Por fim, também deve ser considerado o fato de que como não existe mais a padronização de que pai é o provedor, e a mãe a cuidadora, obviamente está ocorrendo uma transição propriamente dita, isto é, a mudança de um pai provedor para um pai mais carinhoso e participativo, e uma mãe cuidadora que também pode ser a provedora. E isso vem ocorrendo de forma gradual, como as pesquisas estão demonstrando, através dos seus resultados que indicam maior participação dos pais, embora algumas vezes mais tímida. E a sociedade terá de aprender a se adaptar a essa transição, e não exigir uma mudança brusca acerca do comportamento paterno, como vem acontecendo.

Texto incrível não acham? E pensar que há quem diga que o pai somente assume sua função depois do nascimento do pequeno. A verdade é que quanto mais envolvido com todo o processo, melhor para o filho e para o casal. Dividindo as responsabilidades, tudo fica mais fácil. E saber que cada um pode contar com o outro, tranquiliza qualquer perrengue que possa surgir. Por tanto amigos, sejam convictos de vossas escolhas... não basta ser pai, tem que participar!

Um bjão, Paizão. 

P.S. Valeu prima amada pelo apoio e leitura de sempre! Bjão!

Referências:
Benczick, E. B. P. (2011) A importância da figura paterna para o desenvolvimento infantil. Revista Psicopedagogia, 28(85), pp. 67-75.
Bornholdt, E. (2001) A gravidez do primeiro filho à luz da perspectiva paterna. Dissertação de Mestrado não-publicada. Instituto de Psicologia, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre.
Borsa, J. C; Nunes, M. L. T. (2011) Aspectos psicossociais da parentalidade: O papel de homens e mulheres na família nuclear. Psicologia Argumento, 29(64), pp. 31-39.
Brazelton, T. B. & Cramer, B. G. (1992) As primeiras relações. São Paulo: Martins Fontes.
Costa, G. P & Katz, G. (1992) Dinâmica das relações conjugais. Porto Alegre: Artes Médicas.
Cramer, B. & Palacio-Espasa, F. (1993) Técnicas Psicoterápicas Mãe/Bebê – Estudos Clínicos e Técnicos. Porto Alegre: Artes Médicas
Gomes, A. J. S.; Resende, V. R. (2004) O Pai Presente: O Desvelar da Paternidade em Uma Família Contemporânea. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 20(2), pp. 119-125.
Jager, M. E; Bottoli, C. (2011) Paternidade: vivência do primeiro filho e mudanças familiares. Psicologia: Teoria e Prática, 13(1), pp. 141-153.
Iaconelli, Vera. Depressão pós-parto masculina. Disponível em: http://www.institutogerar.com.br/artigos/20_ARTIGO_Depressão-pós-parto masculina DPPM 20_1_.pdf. Acessado em: 25/07/2012.
Klaus, M. H & Kennel, J. H. (1992) Pais/bebê: a formação do apego. Porto Alegre: Artes Médicas.
Levandowski, D. C. & Piccinini, C. A. (2006) Expectativas e sentimentos em relação à paternidade entre adolescentes e adultos. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 22(1), pp.17-28
Lewis, C. & Dessen, M. A (1999) O pai no contexto familiar. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 15(1), pp. 9-16. 
Maldonado, M. T. (2002) Psicologia da Gravidez, Parto e Puerpério. São Paulo: Saraiva.
Maldonado, M. T.; Dickstein, J. & Nahoum, J. C. (1997). Nós estamos grávidos. São Paulo: Saraiva.
Manfroi, E. C; Macarini, S. M. e Vieira, M.L. (2011) Comportamento parental e o papel do pai no desenvolvimento infantil Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano, 21(1), pp.59-69.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

6 Meses de Vida e um pai retardado...

Devo ser meio retardado. Não consigo achar outra explicação para o que tem acontecido comigo ultimamente. Além de uma sensibilidade, digamos, mais apurada, penso que estou (in)voluindo. Explico: Conforme já manifestado no blog, pela parte da manhã o Bernardo fica comigo (ainda não sei se não sou eu quem fica com ele...). No meu tempo de criança havia apenas dois canais que passavam desenho. Hoje existem 10! Mas um deles é especial. Isso porque, todo santo dia, as 09:30 horas, consigo ver "Chaves" de novo! 

Dia desses, estava passando um episódio que nunca havia assistido. Normalmente coloco o B. no tapetinho com móbile e deixo ele se deliciar com os penduricalhos. O que não percebi é que o pequeno já consegue rolar de um lado pra outro a hora que quer.. quando me dei conta de que tinha que cuidar dele ao invés de ver Chaves, o ordinário já tinha ido rolando até a cozinha!!!! Depois de um tempo de adaptação, eu e o B. já temos nosso esquema. Acordamos por volta das 8:30 horas e ficamos na função de brincar, trocar fralda e roupa. Precisamente as 09:30 horas, amarro ele na cadeirinha e assistimos juntos o "Chavo". Arrisco dizer que me divirto mais que ele... Como se não bastasse, depois do original, ainda passa o desenho animado... mas então já é hora do pai ir pro banho e deixar o filho para os cuidados da avó. Afinal, não se vive só de amor... infelizmente. A Karina disse uma frase perfeita esses dias quando conversávamos sobre esse assunto: Somos pais mais velhos que nossos pais, mas somos muito mais joviais. Ela está certa! Com a minha idade meus velhos já tinham 4 filhos e levavam a vida de um modo bem diferente do que eu costumo levar. Impossível imaginar que naquele tempo, o pai abriria mão da sua manhã para se dedicar ao filho. Evidente que não falo isso com ar de julgamento algum. Eram tempos diferentes e outras circunstâncias.

Fato é que o Bernardo acabou por renovar muita coisa que andava esquecida por aí, ou que se perdeu no caminho vida. Tirando o fato de ser um programa infantil, as piadas do Chaves e todo o contexto em que ele vive, me fazem lembrar muito a minha infância. Não pelo cenário, mas pelos amigos e pela inocência. Até meus 12 anos de idade, vivia em Estrela, interior do Rio Grande do Sul. Estudava em colégio de Freiras que dizem era de uma metodologia rígida, coisa que não me lembro já que perdia muito tempo brincando... Recordo que meu melhor amigo morava na esquina do outro lado da rua e eu no meio da quadra. Para que eu chegasse até sua casa, ou eu passava por debaixo de uma raiz gigante de uma árvore ou pulava o muro do colégio que dava na parte de trás da sua casa. Tomava banho de rio, comia cana de açúcar e furtava argila da olaria para brincar. Tinha uma cadela chamada Polly-Ana, uma gata de nome Sebastiana e muitas histórias e cicatrizes para contar...

Seja como for, ter filhos é relembrar a própria vida e imaginar como será a deles. Sei que   o Bernardo jamais terá a infância que eu tive, mas gostaria que ele preservasse algumas coisas que soube guardar da minha. Bons amigos, boa educação e a família sempre junto são com certeza o melhor conselho que poderia lhe dar. 

O filhote completou 6 meses de vida. É uma criança muito saudável e esperta. As aulas de natação o ajudam a ter um desenvolvimento acima da média. Coordena os movimentos das mãos com perfeição, mas não tem jeito de pegar mamadeira. Come de tudo! Inclusive beterraba (blartght)! Dorme bem durante a noite, em que pese depois que a nega voltou a trabalhar ele mama as 04:00 da madrugada. Disse-me a Pediatra (depois da minha experiência com essa médica, só escrevo pediatra com letra maiúscula, vide post anterior), que isso se deve a ansiedade do pequeno em perceber que logo logo a mãe vai sair para trabalhar... Não sei porque, afinal ele tem o papai só pra ele, mas tudo bem. Tenho que concordar que mãe é mãe e pai é quem cria.

Precisamente hoje, completo 200 dias com meu filho. Uma das maiores aflições que tenho é não conseguir transmitir para meus amigos o quão bom é ser pai. Queria que eles por um dia, tivessem a mesma experiência que eu tenho. De acordar todos os dias com o sorriso banguela daquela criatura que não tem motivo algum outro para sorrir, que não por simplesmente gostar de ti. Sem interesse algum, sem nada em troca, sem promessa de nada. Apenas sorrir! Fazem 200 dias que não vivo um dia comum! Todos tem um "quê" de especial. Um "B", de Bernardo. Mas sei que um dia, eles hão de me dar razão... 

Vou ficando por aqui, 

um beijão, Paizão.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Um dia na Pediatra.

Buenas, já que me propus a entrar de cabeça nessa história toda de ser um pai participativo e tudo mais, fui encarregado de levar o Bernardo na pediatra. Até então tudo bem, nada complicado correto? Errado, deu tudo errado.

Normalmente a coisa funciona assim: a Karina deixa tudo pronto, roupa, comida, bico, mamadeira e etc. Quando ela sai para trabalhar, só tenho que ir encaixando as peças. Ocorre que a pediatra era novidade, não fazia parte da rotina. Na minha cabeça era só pegar o filho e ir. Nenhuma outra instrução me foi passada! Foi exatamente o que fiz...

Chegando no consultório, havia duas mães, uma babá e três crianças no local. Tudo tranquilo até então. Estava me achando o máximo. Afinal, único pai presente, todo orgulhoso, escritor de um blog sobre a gravidez e tal. Porém, chegaram mais de 17 mães no consultório e eu acabei me  tornando a única espécime masculina no recinto. A partir de então, eu já comecei a desconfiar da minha boa-vontade de levar o filho no médico. Pôxa, será que só eu faço isso? Será que não é função única e exclusiva da mãe essas empreitadas?
Papo vai, papo vem, todo mundo feliz contando as alegrias e as dores dos filhos. Pelo que pude perceber, não existe pai que esteja 100% certo nunca! Como gostam de falar mal da minha categoria... Ou é porque não acordam de madrugada, ou porque não sabem trocar, ou arrumar, ou qualquer outra coisa que simplesmente não seja o jeito delas de fazer, não importa. Nós estamos sempre errados!

Mas enfim, em que pese minha vontade de falar umas verdades, numericamente eu estava em desvantagem. A preservação da vida falou mais alto. Mas o melhor estava por vir... O Bernardo é uma criança muito sossegada e simpática. Basta um "oi" mais meloso e ele abre o sorriso. A certa altura, no meio das suas risadas, ele começou a mudar o semblante. Era como se estivesse fazendo força, muita força. Eu, que já tinha visto essa expressão em outras ocasiões, sabia o que isso significava... Bom amigos, sabe quando você fica uns três dias sem ir aos pés? Pois esse acúmulo todo resolveu vim à tona... E veio, veio, VEIO!!! Senhores eu juro: tinha cocô até na nuca dele!
Eu fiquei em estado catatônico. Primeiro porque o cheiro tomou conta do ambiente todo. E eu, ao invés de assumir a autoria do filho que havia feito aquilo, tentei manter a elegância. Só que cada vez que uma mãe vinha em direção à ele eu entrava em pânico! Vai que a desgraçada resolvesse pegar ele no colo?? O que eu ia dizer??? Na dúvida eu pegava ele no colo e dizia: ele tá com soninho!!! Só que nisso, eu espalhava mais a coisa pelo resto do corpo...

Segundo, porque eu tinha esquecido toda a mala dele no carro! Não tinha uma fralda para trocar ele e sequer outra roupa! Pessoal, eu acho que nunca na minha vida fiquei tão nervoso! A situação era tão esdrúxula, tão inimaginável que eu suava frio! Foram os minutos mais longos por mim vividos.

Quando a Dra. abriu a porta e nos chamou, juro, eu era o cara mais feliz do mundo. Parecia que tinha visto a bandeira americana anunciando o fim da guerra! Eu me joguei nos pés dela e ofereci o Bernardo tal como o servo egípcio oferece presente aos Deuses.

Bom, na medida em que a Dra., foi trocando o filho, fui me acalmando. Consegui guardar algumas informações importantes sobre a consulta e no final o prejuízo foi de um body que tivemos que botar fora. Parando para pensar agora sobre tudo, dou risada. Mas não foi nada engraçado na hora. Enfim, o que vale foi a lição: NUNCA LEVE SEU FILHO AO PEDIATRA! ahahahah Brincadeira pessoal. Cada dia que passa é uma lição nova. Aprendi que organizar as coisas antes de fazer qualquer programação é fundamental para o sucesso da empreitada!

Vou ficando por aqui!!

Super Beijo, Paizão!

terça-feira, 17 de abril de 2012

3 meses D.N.


Inacreditáveis três meses depois do nascimento. Rápidos demais eu diria. Seguido quando nos perguntam qual a idade do Bernardo, as pessoas dizem que têm saudades deste tempo. Quando podiam controlar os filhos e a maior preocupação era apenas trocar a fralda e amamentar. Com razão... Sabe-se que a língua portuguesa é uma das mais complexas que existe. Mesmo assim, o velho clichê de que faltam palavras para descrever as novas emoções, aplica-se mais uma vez. 

A Teoria da Relatividade, por mais que tentem apontá-la como falha, segue firme aqui em casa. Tanta coisa mudou, muita coisa passou e há um oceano de coisas para serem vistas, experimentadas e vividas que a impressão que tenho, como disse a nega, é de que o filho sempre existiu em nossas vidas. Já não consigo me imaginar sem ele. O tempo quando estamos juntos ganha espaço: parece curto no presente, longo no passado e distante no futuro. Levo comigo a toda hora, o primeiro sorriso que ele me deu. A primeira vez que fui reconhecido e agraciado com um riso banguela que levarei para sempre na memória.  Isso e tantas outras coisas que surgem a cada dia, renovam essa emocionante aventura e fazem dela a melhor coisa que já me aconteceu na vida. E como todo mês fizemos uma festinha, não seria diferente desta vez...


O Bernardo esta um mês e meio à frente nasua evolução. E não pense que sou eu quem esta dizendo. Isto partiu da última consulta na pediatra. Disse ela que ele será um guri bem esperto. De fato, percebo que já reconhece pessoas, pega seus brinquedos com a mão e coloca o bico de volta na boca quando cai. O sono dura cerca de 6/7 horas por noite, segue sem cólicas e à exceção de estar com fome, não chora por mais nada. Já esta bem fimezinho e controlando cada vez mais os movimentos. O que impressiona nesse processo todo, é que as transformações acontecem quando menos se espera. Dia desses, estava fazendo palhaçadas e ele se sacudia para rir. Numa dessas, ele viu uma coisa passando na frente dele e ficou acompanhando. De um lado pro outro, pra cima e pra baixo. Pronto, ele tinha descoberto as mãos! Parecia que dava para ler os pensamentos dele. Tipo: "eu faço assim, isso vai pra lá. Faço assim, vem pra cá, pro lado, pro outro.... e tem essas coisas aqui na ponta que eu posso abrir e fechar e pegar meu bico!" hahahaha. Era ele, evoluindo, se descobrindo, crescendo, desenvolvendo. O processo de aprendizado deles, não tem limites, senão os que nós mesmos colocamos.... 

A nega e eu começam a debater a questão da creche. Afinal, em junho acaba a licença maternidade dela e o retorno ao velho horário integral de trabalho é necessário. Chegamos a conclusão que o melhor era colocar logo na escolinha, afinal, quanto mais cedo a criança for, melhor para se socializar e etc... Pois é, eu também pensava assim. Mas nossa pediatra me jogou um balde de água fria. A questão é simples.... Segundo a sociedade mundial de pediatria, estudos mostram que crianças que carregam dos pais qualquer doença genética (eu tive asma, bronquite e sou alérgico), quando entram em contato com agentes que liberam esses genes antes dos dois anos de idade, tem maior tendência a desenvolver a doença em comparação com aquelas que pegam os mesmos agentes após os dois anos de idade. O sistema imunológico delas esta mais preparado. Mas atenção, isso não quer dizer que a criança tenha que ficar enclausurada dentro de casa. O contágio de eventuais doenças acontece com a convivência por mais de 4 horas com outros bebês. Logo, você ainda pode levá-lo na natação, aula de música e demais atividades especiais para eles. Tal, vai ser o nosso caso. Bernardo iria começar natação por agora, não fosse uma tosse que pegamos. 

Sobre esse assunto, posso afirmar: dói demais ver nossos filhos sofrerem. Por conta dessa tosse, tivemos que fazer nebulização no pequeno. Bom, não preciso dizer da cara de choro dos dois quando fizemos a primeira inalação. É de cortar o coração ver aquela coisinha tão pequena e frágil, sofrendo. A máscara do aparelho, mesmo a menor, fica gigante da carinha dele... O que nos alivia é ver que ele segue alegre, sorridente e feliz! A primeira doença, a gente nunca esquece!

Segue a foto do gordo para vocês!!!

 
 E com esse sorriso gostoso, vou encerrando mais um post! 
 
Um super beijo, Paizão! 

sábado, 17 de março de 2012

Passa rápido demais...


Desculpa pessoal. Realmente demorei para escrever esse novo post. Não por falta de inspiração ou qualquer outra coisa do tipo, mas por não ter tempo de sentar e organizar as ideias. 

São tantas novas sensações que surgem todos os dias, que fica difícil acompanhar o ritmo das mudanças que acontecem na vida da gente. Todas, porém, boas. Acho que já havia escrito em algum post passado, da certeza que tinha que ser pai era algo maravilhoso. Não imaginava que fosse tanto assim.

Nas primeiras semanas de vida, cada movimento, choro ou algo de novo que o filho fizesse era motivo de apreensão. Afinal, você esta sendo pai pela primeira vez! Não sabe se o choro é de dor, de fome ou de fralda cheia. Aqui em casa, resolvemos que ele dormiria desde o primeiro dia no berço dele. Conseguimos a muito custo manter essa rotina. Mas claro, dói e tem um preço. De meia em meia hora acordava para ver se estava tudo bem com o piá! A Karina então nem se fala! Quase não dormia em razão das mamadas a cada três horas. Entre dar o peito, fazer arrotar e dormir, sobrava um tempo de menos de hora para tentar tirar um cochilo. A principal preocupação, era a do afogamento. Ouve-se muitas histórias sobre bebês que se acidentam por causa da regurgitação. Aliás, você que esta grávido ou pensa em engravidar, se prepare: muitas pessoas vão lhe contar histórias tristes sobre desastres com crianças e tragédias cabeludas... Fica a dica: se você tem algum amigo grávido ou que vai engravidar, enfie esses contos horripilantes em qualquer lugar ou guarde-os para contar para seus filhos!! Cada vez que alguém começava a contar algo assim, eu tinha vontade de mandar a pessoa "catar tatu!" 

Houve noite em que o filho não queria dormir de jeito nenhum. Mas bastava pegá-lo no colo ou conversar com ele que logo se acalmava e dormia. Absolutamente tudo é novidade. Então, o segredo é não se desesperar. Como diria meu amigo Daniel, se a criança esta alimentada e trocada, o choro ou é dor, ou é sono... Mantenha sempre a calma e lembre-se que o filhote não sabe absolutamente nada do mundo aqui fora. Ele depende 100% de você! E isso meu amigo é a responsabilidade de ser pai.  ATENÇÃO: se você ainda não sabe, a paternidade implica diretamente em mudar seu ritmo de vida!!! Logo, antes de reclamar que você tem que acordar de madrugada, tem que cuidar dele 24 horas por dia, dar banho, trocar, vestir e etc, lembre-se que isso é ser pai e vem junto no pacote das risadas que ele der, das alegrias e dos motivos de orgulho que dará... Você precisará suprir as necessidades do filho na medida em que elas vão surgindo e ele exigindo. Não pense em ter um sem estar disposto a ser pai! Mas o melhor disso tudo, está no fato de que em nenhum momento, deixar de ir ao estádio de futebol torcer pelo seu time do coração, deixar de ir jogar bola ou ir no bar com os amigos, será algo penoso. Pelo contrário, você vai querer e preferir estar com seu filho, ao invés de fazer qualquer outra coisa.. pelo menos comigo foi assim. Evidente que passado um mês de vida do Bernardo, voltei a trabalhar no ritmo quase normal, ir ao estádio e jantar fora com os amigos. Mas em qualquer lugar que eu vá, levo a saudade comigo apertada no peito...

O Bernardo é a criança que todo casal pediu à Deus. Não tem cólica alguma e, à exceção de chorar para mamar ou rançar para dormir, esta sempre tranquilo. Sorri com qualquer bobagem que se faça e as vezes nem isso precisa. É algo muito louco, mas lembro perfeitamente o primeiro dia que ele sorriu para mim. Nos outros que haviam se passado, ele parecia fora do ar e você e um tijolo, não tinham diferença alguma. Olhava para o além e não via nada! Isso é normal, considerando que eles ainda não tem a visão completamente desenvolvida e não conseguem focar objetos com precisão. Agora já tenho certeza que ele reconhece quem é o pai dele... A máxima aquela, faz muito sentido: Pai é quem cria! 

Motivo de brigas aqui em casa foram as visitas! Eu estava louco para me exibir com o filho e a Karina louca que o mundo se explodisse! Claro, é preciso entender a mãe, afinal ela não tem tempo para fazer absolutamente nada! Então não se apavore se um dia você chegar em casa e sua mulher tiver se transformado num pitbull raivoso! Tudo faz parte do instinto protetivo e é para o bem estar do seu filhote. Mas concordo com ela que as visitas atrapalham no começo, porque você ainda não tem a rotina certa do bebê, não sabe identificar os choros e tudo parece mais grave do que realmente é! 

Hoje é o segundo dia que o Bernardo dorme as 23:00 horas e vai acordar as 05:00 horas para mamar. Não preciso dizer que fazem dois dias que a Karina esta de excelente humor! Com isso, conseguimos receber os amigos sem mudar em absoluto a rotina. Receber o carinho dos amigos, o afeto dos parentes e as energias positivas nos deixam muito tranquilos em relação ao modo que estamos criando o filho. Umas das melhores alegrias de escrever o blog reside nisso. As mensagens de apoio, os comentários e as conversas com o pessoal que nos acompanha nos deixam seguros para seguir nessa jornada. E quando se tem confiança no que se esta fazendo, pode cair o mundo que você vai achar aonde se segurar!

Vou terminando por aqui com a certeza de que escrevi pouco, do tanto que tenho para relatar. Mas uma última informação: Ele era para ter engordado 700 gr. e crescido 5 cm, no segundo mês de vida.... cresceu 1,100kg e cresceu 8 cm... Será excesso de amor??? Só pode! 

Olha a foto do gordo! 
Um super beijo, Paizão!

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Até aqui, tudo bem!


Conforme já havia dito no post anterior, ser pai é uma experiência para a qual não existe paradigma. Ultrapassados os primeiros dias em que praticamente não saímos de casa, era preciso voltar ao escritório e tentar voltar ao ritmo normal. Impossível! A sensação que tenho é aquela de quando você ganha um presente e quer chegar logo em casa para poder brincar, mas muito melhor. É uma saudade prejetada numa dimensão que ainda não havia experimentado. 
Chega a ser uma insanidade porque o filho dorme 17 horas por dia! Sente-se saudade de uma coisa que esta ali do seu lado... Ao mesmo tempo ser pai é viver na nostalgia de memórias de quando eu era pequeno e das coisas que vivi e imaginar como serão as experiências que ele vivenciará.. O primeiro dia de aula, os colegas, o primeiro beijo, os temas de casa etc, etc. Resgato meu passado recordando do quanto fui feliz!

Depois de umas semanas conturbadas, o filho começa a entrar numa rotina mais frequente. Parece redundante dizer isso, mas não é. Ele tem a rotina de mamar e fazer suas necessidades, nessa ordem, mas nem sempre na mesma hora...  A divisão das tarefas por igual começar a se encaixar. E eu, que praticamente era o limpador do coto umbilical (algo ridículo, mas importante que dura cerca de 10 segundos), agora tenho o momento do banho só pra mim! Há! Tks Dra. Rosa, nossa pediatra! 

No início, a nega monopolizava o filho. Com toda razão diga-se de passagem, afinal, a fonte de alimento é ela e para o recém nascido esta questão é de vida ou morte. Não tivemos, salvo algumas feridas que foram solucionadas com bicos de silicone, problemas algum com a amamentação. O cara parece um bezerro! É colocar ele no colo que já começa a fazer bico pedindo teta! As vezes quando ele esta sonolento, eu deito ele no colo na posição de dar mama e ele tenta pegar a teta!! hahahahahah 

Mas é preciso dividir a atenção ao filhote. E fica aqui a primeira dica: mulheres, dividam o filho com os pais! Isto evita que vocês se stressem e consigam descansar para quando ele efetivamente precisar da mamãe. Além do que, com o tempo, o cansaço bate e pode chegar ao ponto de você simplesmente apagar de tão esgotada durante uma mamada ou com ele no colo. E com isso o risco dele cair do seu colo é grande..

No início, o banho era de gato. Um pano molhado na água morna pelo corpinho e outro para tirar o sabão. Secar, limpar o nariz, fralda, roupa, pentear os cabelos e pronto! Cheiroso e perfumado. Agora, depois que caiu o coto, é banho de imersão e ele adora! Dia desses dormiu de tão relaxado que ficou. Isto porque lembra o tempo da vida dentro do ventre da mãe. 

Cuide com as visitas. Realmente é importante no início resguardar a criança e a mãe do assédio dos fãs... Se for visitar, o faça por no máximo uma hora, mas que isso começa a atrapalhar a rotina do bebê e da genitora. Evite impor suas sensações sobre o pequeno. Não é porque tua criança chorava de cólica que qualquer choro de outro bebê também seja pelo mesmo motivo. Cada um, cada um... Além do que é chato ouvir: "Ai tadinho, tá com dor/cólica/frio/calor/coceira!", quando na verdade é só uma fralda que precisa ser trocada. Isso confunde os pais que estão tentando decifrar o que cada choro significa. 

Não se engane, filhos dão trabalho! Faz parte do processo de amadurecimento da relação de vocês passar por isso. Ele provavelmente não se lembrará das noites em claro que você passou, das idas aos médicos, das vacinas e de todo o resto, mas você jamais esquecerá. Essas vivências que vão me aproximando cada vez mais dele, fazendo com que o ame a cada segundo mais e mais. E isso, ele só vai entender, depois que tiver o seu próprio filho... Por mais que tentemos abstrair para viver situações que ainda não passamos, nada substitui o fato vivido. Nossas projeções iludem. Só realidade nos mostra a verdade de cada um... Portanto, curta cada momento. Mesmo que isso seja lá pelas quatro da madrugada depois de um churrasco comemorativo da vitória do seu time de futebol, quando ele resolve acordar para ser trocado!

Porque vai haver um belo dia em que você chega em casa cansado. Seu filho não consegue dormir de jeito nenhum. Chora! Você troca as fraldas e nada... Alimenta e nada. Cantarola lullabies e nada. Então ele resolve se acalmar. Abre bem os olhos e lança esse olhar da foto aí em cima para você e fica te observando quietinho...  

Precisa dizer mais alguma coisa?

Um super beijo, Paizão!

domingo, 15 de janeiro de 2012

O NASCIMENTO!



Dizem que quando você tem muita coisa para escrever e não sabe como, há que se começar pelo princípio. Não haveria outra saída para esse post que não essa. Então, lá vamos nós!
Na semana do dia 02 de janeiro, tínhamos 03 médicos marcados: pediatra, ecografia e obstetra. Nessa ordem. A médica que escolhemos para cuidar do nosso pequeno após o nascimento tem uma filosofia bem interessante de trabalho. Ela atende somente pacientes cujos bebês ainda estejam dentro da barriga. Não adianta chegar lá depois que ele nasceu. A impressão que tenho é de que ela deseja manter um vínculo intra-uterino para depois o nenê estar mais acostumado com sua voz e etc. E por mais que tenha acompanhado a gestação dos meus 04 sobrinhos de perto, me senti um novato diante de tanta informação. Absolutamente todos os conselhos, deram certo! Parece mágica. 

O próximo passo era a ecografia. Mais um "presente" do nosso obstetra do que necessidade médica. Nosso bebê estava um pouco alto ainda, pensando aproximados 3.300kg e medindo cerca de 50cm. Fluxo sanguíneo excelente, liquido aminótico também. Só faltava nascer. 
Chegamos no obstetra na quinta-feira. Depois do exame, considerando que não havia dilatação, apenas contração, ficou decidido que se nada acontecesse até segunda-feira dia 09, marcaríamos a cesariana. Realmente estávamos chegando ao final da gestação e a barriga da nega já começava a deixar saudades. Afinal, foram quase nove meses se adaptando às mudanças do corpo dela e aos reflexos psicológicos decorrentes. Se acostumar a dormir num campo minúsculo da cama e a acordar cedo todos os dias para levá-la ao trabalho já estavam virando algo natural. Claro, tirando os dias de ressaca ou de insônia em que a vontade era de mandá-la de táxi... Hahhaah Mas enfim, olhando todo aquele sacrifício que ela fazia para as tarefas mais simples como levar o copo na pia, me motivavam a levanta ainda que rançando. 
Na saída do nosso médico, ele nos deu um valioso conselho: caminhar. 
Bueno. Mais um dia nasceu no mundo. O último da semana, o mais esperado por todos que trabalham dia a dia, o mais desejado pelos baladeiros, pelo pessoal que vai para praia, volta para casa, vai ver os pais no interior e assim por diante. Para nós, dia de descansar. Entretanto, acolhendo o conselho do doctor, lá fomos nós para o Shopping. Caminha de lá, caminha de cá, sobe escada rolante, desce, sobe de novo até que decidimos jantar. Fomos naqueles restaurantes que servem comida australiana, bem apimentada e com bastante tempero. Para completar o quadro, pedimos um steak beff com molho forte (de alho). Vindo o banquete, voltamos para casa.
Já era tradicional entre nós a Karina ir dormir e eu ficar na sala lendo (jogando vídeo-game), ou trabalhando (zapeando a madrugada a dentro). Não foi diferente desta vez. Passada uma hora do deitar da nega, me aparece ela na sala e diz: Liga pro Guedes (obstetra) que estourou a bolsa. Eu, certo de que ela tava brincando, afinal o médico havia dito que não havia dilatação e que ele tava "alto", em que pese encaixado, não acreditei. Acendi a luz do quarto e lá estava: uma mancha de água gigante na cama e a nega "vazando". SOCORROOOOOOOOOO!!!!!!!! A primeira coisa que fiz foi seguir as instruções que dias antes ela havia deixado por escrito num bilhete intitulado "Levar para Maternidade". Eram três malas, maletas e maletinhas com tudo que a gente precisava. Mais a câmera de vídeo, carregador de celular, carteira do convênio, identidade e a grávida! hahahahha. Nesse meio tempo, ela ligou para minha irmã e perguntou se dava para tomar um banho antes. Ela tomou, e eu praticamente joguei uma água no corpo. E lá fomos rumo ao Hospital... 
Bom, entre ligações para família, dindos e amigos, me perdi no caminho... E lá veio a primeira mijada do parto que eu levei. As exatas palavras dela foram: AMOR! Eu preciso que tu se concentre em me levar para o hospital, depois tu liga para as pessoas... 

Na chegada, estacionei o carro entre duas vagas para deficientes físicos. A minha prioridade era muito alta para pensar nos outros nessa hora. Chegamos na recepção e a mulher perguntou: Pois não? Resposta: ELA TÁ PARINDO! Ela: Terceiro andar...
A primeira providência tomada foi preparar a Karina para o parto e fazer uma avaliação do quadro. Enquanto isso, o pobre e esquecido pai, fica do lado de fora da sala, como um reles mortal! Mas digo que foi bom. Porque pude receber meu pai que chegou no hospital junto com minha madrasta que havia passado o dia fazendo exames e seu filho, o Igor. Recebi ainda minhas irmãs que pareciam mais angustiadas que eu...
Esperada uma eternidade (20 minutos), me chamam para acompanhar a parturiente. Ela estava na sala de avaliação, trocando a roupa e tomando alguns medicamentos. Logo depois fomos para a sala aonde passaríamos as próximas 06 horas em trabalho de parto. Colocaram dois sensores em sua barriga. Um para medir o intervalo entre as contrações e outro para medir os batimentos cardíacos do B. Considera-se estar efetivamente em trabalho de parto quando as contrações atingem 3 ciclos em cada 10 minutos. A cada contração os batimentos do filho disparavam. Ele sentia que era hora de vim ao mundo... Lá pelas 04:30 da manhã, chegou nosso médico e o abençoado Senhor dos Anéis/Mestre Yoda/Senhor dos Magos o ANESTESISTA. Sim amigo, porque a essa altura a Karina já sentia a famosa "dor do parto". Coisa que só quem é macho de verdade consegue aguentar... Vendo o sofrimento dela, se fosse eu, já teria pulado de barriga pra baixo e dado um jeito de fazer o muleke nascer!!! Evidente que é brincadeira, mas nunca havia visto aquela expressão de dor na cara dela. 
Entre as avaliações do médico acerca da dilatação e batimentos do bebê, eu tentava me comunicar com a família no lado de fora através do celular... Mijada do parto II. Quando eu pegava o aparelho, eu juro que ela tinha vontade de me matar. Vontade, cara feia e até razão! Não adianta: pai nessa hora, não tem utilidade nenhuma! E por mais que eu dissesse fica calma, respira e tudo mais que indicam nessa hora, ela me olhava com uma cara de quem diz: VAI TOMAR NO MEIO DO TEU #$%@%, SEU FILHO DE UMA %$#@%!

O tempo foi passando e a dilatação estava completa. Cólo do útero amolecido e tudo encaminhado para o parto normal. Exceto por um detalhe... o piá não passava. Foram 06 horas em trabalho de parto e 03 tentativas daquelas "faz toda força possível", mas não tinha jeito. Plano "B": cesariana. Levaram-na para a bloco cirurgico e eu mais uma vez rebaixado ao reles mortal insignificante e sem utilidade alguma. "Espera aqui", me disseram. 

Estou sentado esperando no lado de fora e me passa um pai com o recém nascido filho no colo com uma cara de bobo para mostrar para a família. Pensei que logo seria minha vez...

Chega o pediatra e fala: Vamos lá pai? Dizer simplesmente vamos ou sim para um momento tão especial não bastava para descrever a minha imensa vontade de entrar naquela sala. Literalmente fiquei sem palavras. Simplesmente levantei e entrei. Lá estava ela, com os braços abertos e amarrados já sem dor graças ao Lord of The Rings - Anestesista e sua poção gummy mágica. 

Me sentei ao seu lado, e mesmo antes de me acalmar, ouvi o choro do meu filho... Havia nascido! Perfeito! Saudável! Lindo e cabeludo! Tirou nota 09 no Apgard no primeiro minuto e 10 no quinto...

Eu fico tentando achar uma definição para a felicidade que senti nesse momento e não consigo. Um filme passou na minha cabeça das minhas conquistas pessoais e dos momentos mais felizes da minha vida para ver se achava um comparativo, mas simplesmente não há. Não existe paradigma para esse momento, ele é único! Não há comparação com qualquer outra experiência que tenha vivido... Parece um clichê batido, mas só quem é pai e passa por este momento compreende o sentimento... Presenciar a vida nascendo, pulsando perfeita é surreal. Ele é a melhor coisa que já fiz na minha vida. 

Logo depois de desentupidas as vias aéreas, me passaram ao colo. E ele, que estava chorando, parou ao ouvir minha voz, abriu os olhinhos com a testa enrugada me olhou no fundo dos meus olhos. Esse foi o momento do meu choro... Porque ele havia me reconhecido! No meio daquela confusão toda, foi como se ele dissesse: Tu eu sei quem é, tu é meu pai e em ti em posso confiar... 

Devolvi ele para o pediatra para que ele enfim conhecesse a mãe e o choro voltou. Mas a mágica se repetiu. Foi ele encostar na nega e ouvir sua voz que tudo ficou em paz. Esse foi o momento do segundo choro do pai... 

O Bernardo nasceu com 3.245 killos e 50 cm, na manhã do dia 07 de janeiro de 2012 às 07:48hrs. O melhor início de ano dos meus 33 vividos... Mágico! 
Novamente o peguei no colo e fui apresentá-lo para o restante da família... o resultado vocês conferem na foto. 
De todas as vezes que usei o slogam da Mastercard nesse blog, nenhum outro momento teria mais significado do que o registrado nessa foto. 

Hoje o filho completa uma semana de vida! Já ganhou mais peso do que perdeu ao sair do Hospital e cresceu 02 cm. Esta 100% saudável! 

Todos os dias, são um aprendizado. E eu que só tinha a função limitada e específica de limpar o "coto umbilical", já evoluí bastante. Dou banho e o faço dormir. Fraldas já troco com uma mão! 

Karina esta super bem recuperada da cesariana e a cicatriz é ridícula de tão insignificante. Não tenham medo mulheres... 
Na visita do nosso obstetra ele nos disse algo de incontestável verdade: "É com o nascimento dos nossos filhos que aprendemos a ser bons filhos e os avós a serem bons pais."

Impressionante a vida nesse tanto. Quando os pais já não precisam ser tão pais, nascem os netos e tudo se renova com uma pitada de açucar. Os netos são a recompensa aos avós por terem sido pais um dia.
Sabe aquela sensação de quando a gente compra uma coisa nova e quer voltar para casa para usar? Quando a gente conhece um grande amor e morre de saudades até o reencontro? Aquela alegria que a gente sente quando passa no vestibular, se forma ou se casa? Tudo isso é o que sinto cada vez que pego meu pequeno no colo. Cada vez que ele repousa a cabecinha no meu ombro e dorme em paz ou acorda louco de fome... É um constante estado de felicidade. É amor que não acaba mais...


Bom pessoal, fico por aqui hoje. Tenho tantas coisas para escrever sobre essa primeira semana de vida que daria um livro. Por isso, vamos aos poucos para não cansá-los e porque daqui a pouco o pequeno acorda! 

Um super beijo, Paizão mais feliz do mundo!