sexta-feira, 29 de março de 2013

... o resto dos dias...

... e de repente estávamos sós. Logo que Bernardo foi dormir, comecei a notar as diferenças de não se ter uma mulher em casa. Depois de zanzar e brincar muito pela casa, chegou a hora de dormir. Fazer ele encontrar Morfeo nunca tinha sido problema para mim. De fato já estava bem acostumado. Mas a dúvida era: colocar ele no berço do quarto dele ou leva-lo para dormir comigo na cama? Evidente que a vontade era de dormir  junto, mas seria isto o melhor? E se ele acostumasse mal(?) e depois não quisesse mais voltar a dormir na sua cama? 
Bueno, juro que tentei ser o mais racional possível, mas olhar essa coisinha aí do lado, dormindo sozinho no quarto dele, foi demais para mim... Afinal, uma das mais doces lembranças que tenho era a de ir para cama dos meus pais quando pequeno. Porque privá-lo disso?? Mas eu não contava com uma coisa: quando ele dormia conosco, no meio da madrugada sempre acordava para mamar. Dito e feito, ele acordou na madrugada e foi reto procurar sua fonte de alimento. Literalmente deu com os beiços no travesseiro da Karina. Bom, daí foi um tal de "mamama" pra lá, "mamama" pra cá e eu sem saber se era de "Mamar" ou de "Mamãe". Mas considerando que depois de uma mamadeira de iogurte ele voltou a dormir, fico com a primeira opção. 
...
Acordamos (na verdade ele), as 07:30hr da manha. Como a Karina tinha feito uma aposta comigo de que nesses 08 dias fora, o Bernardo só iria tomar banho dois dias depois que ela fosse embora, dei logo um jeito de ganhar a aposta e fui banhar a figura. Enchi a banheira dentro do box e coloquei o pintucho dentro... Bom, ele tomou banho e me deu um banho, tanto que desisti da idéia e entrei logo de vez no chuveiro com ele. 
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Eu podia dizer que nos primeiros dois dias a situação foi complicada. Entretanto, acho que esta seria uma leitura equivocada do que estava acontecendo. Prefiro acreditar que no inicio estava me adaptando a nova função de "mãe" (o que é impossível, mas...). E digo isso porque à medida em que realizava as tarefas que antes eram exercidas pela nega, o Bernardo reagia diferente comigo por igual. Acorda-lo, dar lhe café da manhã, vesti-lo para escola, arrumar a mochila e etc, são tarefas que por mais chatas que pareçam, acabam nos aproximando muito de nossos filhos. Cansa? Evidente que sim. Mas faria tudo de novo sem titubear um segundo, porque a gratificação que se sente é indescritível. Enquanto isso, Karina me mandava as fotos da nevasca em Londres... #nemsentiinveja
Mas foi tudo tão bem que lá pelo quarto dia, quando ele sentia sono, nem precisava sair correndo atrás dele. O pintucho vinha por conta procurar meu colo. Se encaixava no meu peito deitado no sofá da sala e assistia TV até adormecer. 
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Para quem não sabe, perdi minha mãe uma semana antes de saber que estava grávido. A Dona Maria Elaine, era insaciável no cuidado dos filhos e nesse período me fez muita falta. Por umas três vezes, estranhava o fato de que ela ainda não tinha me ligado no dia perguntando se eu não precisava de nada. Se viva fosse, teria se oferecido para posar aqui em casa todos os dias até a Karina voltar... 

Outra sensação estranha que aconteceu, foi perceber como implicitamente o casal confia um no outro acerca dos cuidados com o filho. Explico: quando a Karina estava em casa, não tinha aquela preocupação de ir até o berço saber se estava tudo bem ao primeiro som estranho que ouvisse. Durante este período, cheguei a ir 07 vezes na mesma noite dar uma checada no carinha. Óbvio que a única coisa que mudava era a posição que ele estava... Mas o senso de responsabilidade, de que nada podia acontecer de ruim efetivamente aumentou. Sequer aquela cerveja do final de semana eu tomei... Vai que dormisse e não ouvisse o choro dele??? 

Aliás pensando nisso, comprei de um amigo um alarme muito legal. Depois de tanto saber de pais que esquecem seus filhos nos carros quando vão trabalhar ou ir ao supermercado, resolvi adotar esse equipamento. É muito útil. Vem uma pulseira que é colocada no pulso do pequeno ou na roupa e um dispositivo que vai no chaveiro da casa ou do carro. Ele aciona um som e vibra se você se distância tantos metros e também serve caso o pequeno se aproxime (para pais que possuem piscina em casa). É um produto muito bom e útil. Caso haja interesse de alguém, eu passo o contato do meu amigo! Vale a pena o investimento.
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Muitas pessoas vinham em minha direção e diziam: "Agora tu vai aprender a dar valor para a Karina" e coisas desse tipo. Bom, eu sempre dei valor. Aliás, se teve alguém que incentivou a viagem foi eu. A nega, orgulhosamente começou como estagiária na TOK, sem a ajuda de ninguém. Única e exclusivamente com mérito próprio. E lá foi crescendo na proporção do seu talento e hoje conseguiu realizar esse sonho. Penso que ter ciúmes  ou inveja nessas situações, nada mais é do que manifestar nossa insegurança ou incapacidade de atingirmos por conta própria, o mesmo estágio profissional e pessoal. Assim, desejo que a Karina continue crescendo, viajando, conhecendo novas pessoas e assim por diante. Mas que depois de tudo isso, ela ainda sinta vontade de voltar para casa. Como de fato, foi o que aconteceu! 
Se aprendi a dar valor para a mãe do meu filho, tenham certeza que ela aprendeu também a valorizar o cara que ficou cuidando do Bernardo nesses dias enquanto ela, buscava seu crescimento profissional do outro lado do oceano. Quem ganhou mais?? A resposta é evidente: O Bernardo.

Nega voltou! Na mala, milhares de presentes, muitas histórias para contar e a certeza de que não há lugar como nosso lar... 

Fico por aqui, 
Um Beijo, Paizão.

P.S. Esse post vai dedicado para a Vanessa Q. que carinhosamente me cobrou a continuidade da epopéia! 

terça-feira, 19 de março de 2013

Day #1

Buenas, se foi a nega... Não, não sejamos tão dramáticos. Ela apenas foi viajar a trabalho para Europa e passará 8 dias longe de nós! Isso quer dizer uma coisa:

FFREEEEEEEDDDDDOOOOMM!!

Juro que essa foi a primeira sensação que me veio quando virei as costas para ela no aeroporto junto com meu filho de 01 ano e 02 meses no colo. Afinal, é a primeira vez que eu vou ficar sozinho com ele! 

Porém, foi só entrar no supermercado para comprar a comida dos próximos dias que tudo mudou. Não sei porque, mas nada que diz respeito ao Bernardo e eu, é fácil ou simples. 

Cheguei no supermercado e me lembrei que havia deixado o carrinho dele em casa para que coubessem as malas da Karina no carro. Uma mulher que trabalha com moda e vai pra Londres a trabalho não poderia ter levado malas normais. Cabíamos todos dentro da mala menor que ela levou... Bom, fui atrás daqueles carrinhos que tem lugar para colocar o bebê e fazer compras ao mesmo tempo e não havia nenhum disponível. Nisso, foram 20 minutos esperando que algum vagasse. Bernardo, que havia saído da creche às 17:00 hrs e não havia comido nada (já eram 19:30 hrs), estava insano de fome. Depois de manietar o pequeno no carrinho, fomos direto para o departamento de bolachas. Abri um pacote de Waffer de chocolate para ele enganar o estômago enquanto comprava o resto das coisas. 

Vamos a lista de compras... e eram exatamente 47 itens, aleatoriamente distribuídos por absolutamente todo o supermercado. Deixa eu explicar uma coisa para vocês: quando se faz lista de supermercado é altamente recomendável dividir os objetos pelas categorias. Frutas, material de limpeza, frios, carnes iogurtes, verduras, etc. Porque se você não fizer assim, nós homens que não temos a habilidade de enxergar supermercados como "entretenimento", podemos ficar rapidamente de mau humor. Ainda mais se estivermos sozinhos com nosso filho... 

Depois de ir e voltar de uma ponta a outra procurando molho de tomate e requeijão, leite e creme de leite, pizza e gilete, entendi que a lista não estava em ordem. Bom daí em diante tudo foi bem mais fácil.

Mas adivinhem!!!! Óbvio que o Bernardo pra me ajudar fez um cocô ÉPICO! Como estava indo para o caixa e ele com sono, resolvi deixar para troca-lo em casa. Entretanto, o negócio exalava um odor que três tias diferentes me avisaram que "havia carta no correio". Acho que pensando que eu não havia me dado conta... 

Chegamos em casa, depois de 4 viagens entre carro e elevador para descarregar as compras, fui trocar o pequeno. Bom, quando eu abri a fralda dele, eu podia jurar que a professora que deu comida para ele hoje estava de sacanagem comigo. REPUGNAVA! Era uma pasta cor de beringela que de tão fedorenta, dava pra sentir o gosto na língua! Foram uns 17 lenços úmidos para dar conta do estrago. 

Feito isso, era hora da janta. Preparei uma mamadeira de iogurte e antes mesmo de terminar, ele já estava piscando os olhos de sono. Como ele está um pouco gripado, a ordem era aplicar Sorine antes de dormir. Surgiu a dúvida: dar ou não dar? Dei... Com ele meio dormindo mesmo. E foi a pior decisão da minha vida!!! Óbvio que ele não entendeu o que estava acontecendo e acordou de vez apavorado! Isso sem contar que ele ficou uns bons 5 segundos sem respirar e eu quase bati asas atrás da nega que recém chegava em São Paulo. 

Mas depois do susto, deu tudo certo. Pintucho segue dormindo até agora e com a respiração excelente. Trocado, limpinho e de barriga cheia. Acho até que vai sobreviver.. hahahah.

Por hora, a foto acima retrata bem o sentimento. Saudade é o rastro que a felicidade deixou já dizia o poeta... 

Amanhã tem mais! 

Super Beijo, Paizão.