segunda-feira, 15 de julho de 2013

E num domingo qualquer...

Penso que uma das coisas mais difíceis de se conseguir fazer nos dias de hoje é iniciar um hábito. A gente passa a vida toda mecanicamente programado para fazer as mesmas rotinas que esquece de tentar inovar. Sou um defensor de que as pessoas mudam. Isso, claro, quando a motivação é mais forte do que aquilo que nos prende à mudança. 
No meu caso, tenho que me habituar a anotar todas as idéias que surgem para colocar no blog. Com certeza, teria posts mais seguidos...
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Esse mês Bernardo completou um ano e meio de "vida". De fato, estava certo quando escrevi que os filhos não vem, eles vão. Na medida em que o tempo vai passando, o piá vai ficando cada vez mais independente de nós. O fato de começarem a caminhar e falar, retiram quase que completamente a necessidade que temos de fazermos absolutamente tudo por eles. Bernardo já fala quando tem fome ou sede e vai com suas próprias pernas até o lugar aonde quer brincar. 
Dia desses, ele pegou uma virose (gastroenterite viral) que nos tirou uma boa semana de sono. Considerando que ele corria o risco de regurgitar durante o sono, o passamos para nossa cama. O problema é que ele roncava feito gente grande. Sem brincadeira... Como meu sono é leve, tive que me mudar para o sofá de dois lugares da sala que me serviu de cama por um por par de dias. Resultado ou acordava totalmente quebrado de dormir lá, ou ia pra cama e não dormia por causa do ronco. Acho que desde o nascimento do Bernardo, - que sempre foi um bebê tranquilo-, foi a pior semana que passei. 
Realmente a sensação de impotência sobre a falta de controle acerca do que aflige nossos filhos é um dos piores sentimentos da paternidade. Ver um filho sofrer, sem poder minimizar a dor é torturante. Febre que não baixa, não se alimenta, não bebe, não quer brincar... a gente passa 24 horas aflito até que eles melhores e voltem a ser o que eram antes... Por azar, a semana coincidiu com diversos compromissos profissionais que não podiam ser adiados. Nessas horas que a gente percebe o valor dos familiares que de pronto se propuseram a ficar com o pequeno enquanto trabalhava, além é claro, da nega que foi incansável nos cuidados. Mas não foi nada fácil... Com certeza o cansaço mental é o pior de todos. Foi uma semana que passou como se fosse um pesadelo, mas chegou ao fim. 
E quando eu menos esperava, em meio à um domingo chuvoso de inverno, Bernardo acorda e me aparece na sala com essa cara da foto aí em cima. Tira o bico da boca e fala com jeito de quem ainda esta aprendendo a dominar a própria língua: "Aga, papai, aga". Ali estava ele, indo mais um pouco... 

A lição que fica é a de que não importa quanto você seria capaz de sofrer pelo seu filho, certas vezes na vida o sofrimento é só dele. O máximo que a gente pode fazer, nem sempre é o suficiente.


Um super beijo, Paizão.