Passou o tempo e o que não deveria ter se perdido, se foi. Antes, contudo, que meus valores fossem esvaziados, era preciso tomar a decisão de pôr um fim no casamento. Sem culpados, porque não há inocentes numa separação, o distanciamento restou como melhor opção para cada um de nós.
Sejamos felizes.
De todas as angústias experimentadas e entre toda tempestade de sentimentos, aquele que mais me afligia durante o processo era o medo de perder meus filhos. Perder o sentimento por eles e o deles por mim.
Foram noites em claro pensando na forma de lidar com o inexorável afastamento que uma separação impõe.
"Amarei eles da mesma forma?" "Eles me amarão da mesma forma?" foram perguntas que me atormentaram durante meses.
Com a decisão já tomada, fiz uma viagem com meus dois filhos para Bahia nas férias de julho naqueles resorts incríveis com o sistema "all inclusive". O complexo para onde fomos era tão grande que cada bloco de prédios se destinava a um público específico: idosos, jovens e famílias.
Quando chegamos, ainda na excitação da viagem, decidimos ir direto para as piscinas. Depois de uma hora dentro da água, resolvi sentar para descansar um pouco.
Bueno, foi quando me dei conta que 99% das pessoas que ali estavam, estavam na composição tradicional da família, ou seja, pai, mãe e filhos. Não foram poucas as vezes que me perguntaram aonde estava a mãe das crianças...
Enfim, depois de aproximadamente quatro horas, havia ficado completamente embriagado pensando na separação. Resumo da ópera, tive que recolher as crianças e ir para o quarto descansar para poder me recompor.
Depois que acordei, algo havia mudado. Olhava para eles e percebia que tudo que precisava para ser feliz a partir de então, estava ali. Buscando na minha memória, recordei que sempre quis ser pai. Antes mesmo de outras escolhas, como a profissão, a paternidade já estava em mim.
Fizemos a melhor viagem que se poderia fazer dentro do que era possível diante da nova composição familiar. E foi mágico. Houve uma conexão tão profunda entre nós, ficamos tão fortemente sozinhos e, ao mesmo tempo, extraordinariamente bem que pude compreender que jamais perderia o sentimento que havia construído por eles. Jamais.
Tempos depois, Martina teve que fazer um trabalho no colégio e relatar qual a melhor viagem que ela já tinha feito e qual o melhor lugar que havia conhecido.
Adivinhem qual a resposta? A Bahia com meu pai.
Dia desses estava vendo um filme chamado "Beleza Oculta" com o Will Smith. O enredo principal trata da perda de uma filha de 06 anos, e as cartas que o pai escreve para o tempo, o amor e a morte. Entre os dramas vividos, há o de uma mulher que pensa em produzir um filho de forma independente e com inseminação artificial, porque havia passado sua janela de fertilidade.
Após desistir da ideia, ela conversa com um jovem que lhe diz o seguinte:
"Veja Claire, seus filhos não têm que vir de você. Eles têm que passar por você."
Meus filhos passaram por mim naquela viagem. Passarão a vida inteira por mim.
E não há nada no mundo que mudará meu sentimento por eles. Nunca!
Sigamos felizes.
Sejamos felizes.
De todas as angústias experimentadas e entre toda tempestade de sentimentos, aquele que mais me afligia durante o processo era o medo de perder meus filhos. Perder o sentimento por eles e o deles por mim.
Foram noites em claro pensando na forma de lidar com o inexorável afastamento que uma separação impõe.
"Amarei eles da mesma forma?" "Eles me amarão da mesma forma?" foram perguntas que me atormentaram durante meses.
Com a decisão já tomada, fiz uma viagem com meus dois filhos para Bahia nas férias de julho naqueles resorts incríveis com o sistema "all inclusive". O complexo para onde fomos era tão grande que cada bloco de prédios se destinava a um público específico: idosos, jovens e famílias.
Quando chegamos, ainda na excitação da viagem, decidimos ir direto para as piscinas. Depois de uma hora dentro da água, resolvi sentar para descansar um pouco.
Bueno, foi quando me dei conta que 99% das pessoas que ali estavam, estavam na composição tradicional da família, ou seja, pai, mãe e filhos. Não foram poucas as vezes que me perguntaram aonde estava a mãe das crianças...
Enfim, depois de aproximadamente quatro horas, havia ficado completamente embriagado pensando na separação. Resumo da ópera, tive que recolher as crianças e ir para o quarto descansar para poder me recompor.
Depois que acordei, algo havia mudado. Olhava para eles e percebia que tudo que precisava para ser feliz a partir de então, estava ali. Buscando na minha memória, recordei que sempre quis ser pai. Antes mesmo de outras escolhas, como a profissão, a paternidade já estava em mim.
Fizemos a melhor viagem que se poderia fazer dentro do que era possível diante da nova composição familiar. E foi mágico. Houve uma conexão tão profunda entre nós, ficamos tão fortemente sozinhos e, ao mesmo tempo, extraordinariamente bem que pude compreender que jamais perderia o sentimento que havia construído por eles. Jamais.
Tempos depois, Martina teve que fazer um trabalho no colégio e relatar qual a melhor viagem que ela já tinha feito e qual o melhor lugar que havia conhecido.
Adivinhem qual a resposta? A Bahia com meu pai.
Dia desses estava vendo um filme chamado "Beleza Oculta" com o Will Smith. O enredo principal trata da perda de uma filha de 06 anos, e as cartas que o pai escreve para o tempo, o amor e a morte. Entre os dramas vividos, há o de uma mulher que pensa em produzir um filho de forma independente e com inseminação artificial, porque havia passado sua janela de fertilidade.
Após desistir da ideia, ela conversa com um jovem que lhe diz o seguinte:
"Veja Claire, seus filhos não têm que vir de você. Eles têm que passar por você."
Meus filhos passaram por mim naquela viagem. Passarão a vida inteira por mim.
E não há nada no mundo que mudará meu sentimento por eles. Nunca!
Sigamos felizes.